Os tupis a chamaram iapoti’kaba: fruta em botão. Genuinamente brasileira, a árvore saiu da Mata Atlântica e ganhou quintais e pomares de norte a sul, graças à gostosura da frutinha que ela dá com fartura: um só pé pode produzir mil quilos num ano. Essa mirtácea, no auge da produção, fica forrada de milhares de frutas, grudadinhas nos galhos e no tronco quase até o rés do chão. Umas, meio verdes; outras, meio maduras; mas a maioria no ponto. A safra dura pouco, se você não aproveitar em 15 dias, babau.
Como certos vinhos, ou como muitas pessoas, a centenária jabuticabeira vai se aprimorando com o passar do tempo. Demora até 10 anos para frutificar, mas quando começa não para mais e, quanto mais envelhece, mais frutas dá, e de melhor qualidade. A árvore pode atingir 15 metros de altura. Tem tronco claro e liso como a goiabeira, sua prima.
Floresce em geral duas vezes ao ano, em julho-agosto e novembro-dezembro. A árvore se cobre de florzinhas brancas e perfumadas, que se transformarão em frutos maduros em agosto-setembro e dezembro-janeiro.
A casca da jabuticaba, de um roxo quase preto brilhante, envolve até quatro sementes e uma polpa branca, docinha, sumarenta, que faz a delícia de toda gente, de insetos, aves e outros bichos.
A jabuticabeira é natural da Mata Atlântica, originalmente presente das Minas Gerais e do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul. Hoje, brasileiros do extremo sul ao extremo norte a cultivam em pomares e quintais para regalar-se com a frutinha ao natural ou em forma de geleia, suco, vinho, vinagre, aguardente, compota feita da casca e um licor que quem prova fica freguês.
Fonte: Almanaque Brasil "A dadivosa".



































